Friends

Nos conhecemos ainda adolescentes, tínhamos centenas de sentimentos borbulhando ao mesmo tempo, uma sede de viver tão grande que mal cabíamos dentro de nós mesmas.
Sofríamos em demasia, chorávamos como crianças, e tínhamos o riso frouxo, totalmente incontido, falávamos pelos cotovelos, pelos ombros, pelas mãos, pelos olhos.
Ironicamente, nunca precisamos de muitas palavras para nos fazer entender.
Bastava um olhar, um revirar de olhos, um sorriso, uma lágrima teimando em cair, um abraço, um código, bastava saber que tínhamos umas às outras, que nossa amizade seria eterna, mesmo que nos reuníssemos no banheiro feminino do "bloco E" para acertar as contas, para discutir por conta de algum garoto... Foram tantas brigas...
Mas foram mais reconciliações, felizmente.
Éramos mais que amigas, éramos cúmplices, éramos irmãs, éramos um pouco mãe umas das outras, éramos ligadas por laços mais importantes que laços sanguíneos... Éramos ligadas por laços mais profundos. Éramos aquelas que nossos corações haviam escolhido para compartilhar os melhores momentos das nossas vidas.
E a vida teimou em passar... o tempo escorreu por entre nossos dedos de maneira implacável, impedindo-nos de contê-lo.
Algumas se afastaram, infelizmente. Mas nós nos mantivemos sintonizadas, e eu me orgulho muito disso.
Crescemos, amadurecemos, caímos, levantamos, nos apaixonamos, nos casamos, tomamos rumos fisicamente diferentes, mas sabemos que nossos corações estarão sempre na mesma sintonia. A própria vida (ou seria destino) já nos provou isso trazendo um presente tão especial para cada uma de nós praticamente ao mesmo tempo.
Parece que havia alguém tentando nos dizer que precisávamos nos aproximar e nos dando três belos motivos para isso.
Por outro lado, nossos ritmos sempre acelerados acabam nos levando para cada vez mais longe umas das outras. Mas isso não é de todo negativo, significa que estamos todas bem sucedidas pessoal e profissionalmente, que não paramos no tempo, que evoluímos.
Somos tão diferentes e ao mesmo tempo tão parecidas...
Apesar do pouco contato, eu sinto que a amizade ultrapassa a barreira do tempo e da distância, e salvo um engano muito grande, imagino que vcs sintam o mesmo.
Eu só queria que pudéssemos estar mais presentes na vidas umas das outras.
Mas enquanto não pudermos ter a frequente presença física, apelo para a presença de espírito, o pensamento, e assim, as incluo nas minhas preces, pedindo à Deus que permita que vcs sejam sempre felizes, absolutamente felizes, integralmente felizes e que se um minutinho de tristeza for inevitável (porque infelizmente os momentos de tristeza, medo, insegurança também fazem parte de nossas vidas) peço que Ele me permita estar perto, para poder segurar sua mão, para poder abraçar, e depois para podermos rir juntas das coisas que nos assustaram um dia.

Comentários

Paulo Tamburro disse…
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Kakaya disse…
Lindo texto!

Me sobraram poucas amigas da infância. Mas tenho uma prima que sempre foi e sempre será isso ai que você escreveu!

Beijos!
Cláudia disse…
Adorei o texto!
Acho sempre que a mesma vida que separa é a que nos dá a oportunidade de unir novamente, ainda que à distância.
beijo

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