E por falar em saudade...

Você entrou na minha vida aos poucos
Com cuidado
Com jeitinho...

Conquistou minha confiança
Minha amizade
Meu eterno carinho...

Quando nossa amizade estava completa
Um outro “você” resolveu se apresentar
Revelou os seus desejos
Trouxe à tona suas vontades

O carinho que eu sentia
Aumentou ainda mais
E, inexplicavelmente,
Seus desejos e vontades
Passaram a ser também meus
No exato momento em que você os revelou

E quase sem querer, eu me denunciei
Mesmo sabendo que isso lhe daria forças
Para lutar contra mim em favor da minha própria vontade
Para fazer vencer o nosso desejo

Tentei resistir
E sei que você também tentou
Mas o nosso contato diário
Foi o que nos condenou

E dessa forma a vida nos foi levando
Eu procurava fugir
Mas o acaso se encarregava
De me fazer encontrar-te


E de encontros e desencontros
Fomos escrevendo a nossa história
Cientes de que um dia
Ela chegaria ao final

No último encontro
Aconteceu a despedida
Inconsciente de minha parte
Mas talvez consciente da sua

Sabemos que não adianta lutar
Penso que nem é isso o que queremos
Aceitamos a separação
Muito mais facilmente que a nossa estranha “união”

Porém agora, você se foi
Com a promessa de não me esquecer
E mesmo que diga o contrário
Foi com a intenção de não mais me procurar
Mas foi louco para voltar a me ver

Como eu sempre insisti em dizer
Você é muito transparente
E o seu silêncio me diz tudo
Tudo o que eu preciso ouvir
Antes mesmo que você se permita me dizer

A sua ligação nesta madrugada
Já era presumida por mim
Era só uma questão de tempo
Mas precisamos acreditar que este é o fim

Fica em nós uma esperança
De que um dia essa história
Possa ser reescrita
Pois ela se encaixa no hall das “histórias de um grande amor”
E história de grandes amores
Não costumam ter um fim

Enquanto isso
Procure a felicidade
Que eu vou te guardar dentro de mim
Num cantinho escondido
Decorado de saudade


Música para acompanhar:

Cantinho Escondido
Marisa Monte
Composição: Carlinhos Brown, Marisa Monte, Arnaldo Antunes, Cézar Mendes


Dentro de cada pessoa
Tem um cantinho escondido
Decorado de saudade
Um lugar pro coração pousar
Um endereço que freqüente sem morar
Ali na esquina do sonho com a razão
No centro do peito, no largo da ilusão
Coração não tem barreira, não
Desce a ladeira, perde o freio devagar
Eu quero ver cachoeira desabar
Montanha, roleta russa, felicidade
Posso me perder pela cidade
Fazer o circo pegar fogo de verdade
Mas tenho meu canto cativo pra voltar
Eu posso até mudar
Mas onde quer que eu vá
O meu cantinho há de ir
Dentro...


O texto é requentado, assim como as emoções...

Comentários

Yvonne disse…
Lindíssimo minha gata. Beijocas
Santa Panela disse…
Pronto!!! Agora D. Maria Yvvonne vai chegar sempre antes de mim... Não mostro mais blog novo para ela.. sssnnniifff (fazendo beicinho)
Santa Panela disse…
Mas é bonito... É um sentimento que nos é conhecido. Aquele de amor antigo...

Beijos
UrbAnna disse…
Obrigada, garotas!
E quem é que não tem um amor antigo, não é?
Daqueles que não importa quantos anos não vemos, quão longe estamos, daqueles que somente a lembrança já é uma delícia.
E, sinceramente, são só as lembranças mesmo, sem nenhuma necessidade de um revival!
É apenas um amor para lembrar e sentir saudade.
Só, e mais nada!
Beijos.

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